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Apostas Tour de France - Etapa 12: Nibali à solta nas montanhas

Vincenzo Nibali terá liberdade para perseguir vitórias de etapa

"Embora possa existir alguma tentação para alguns candidatos tentarem algo, também existe a possibilidade desta etapa ser percorrida de modo mais conservador, com os ciclistas a pouparem energias para o que ainda está por vir."

Uma etapa muito aberta no horizonte, escreve Jack Houghton, que tanto pode cair para um homem com pretensões na Geral, como para um elemento inserido na fuga do dia...

Que tipo de etapa nos espera?


Agora sim entraremos nas montanhas. Bem-vindos aos Pirinéus!

Teremos 130 quilómetros iniciais sem grande história com apenas uma subida de 4ª categoria pelo meio até à base da primeira de duas subidas de primeira categoria. A primeira delas terá 13.2 quilómetros de extensão até ao Col de Peyresourde, com uma média de 7% de inclinação. Depois avançaremos até Hourquette d'Ancizan, noutra escalada de 10kms com quase 8% de inclinação média, antes de uma longa descida até ao final em Bagneres-De-Bigorre.

Ainda assim, é importante reter algo. Pode ser uma etapa de montanha, mas isso não significa que os candidatos à Camisola Amarela vão sair das respectivas tocas para deixar tudo na estrada. Este é o primeiro de quatro dias nos Pirinéus, com um contra-relógio já no dia seguinte, e embora possa existir alguma tentação para alguns candidatos tentarem algo, também existe a possibilidade desta etapa ser percorrida de modo mais conservador, com os ciclistas a pouparem energias para o que ainda está para vir.

Se houver a tal tentação, ela pode vir sob a forma dos segundos de bónus disponíveis no topo da última subida. Um ciclista que lá passe em primeiro irá colher oito segundos, com a esperança de manter uma vantagem que lhe permita colher mais uns segundos no fim: um pouco há semelhança do que Alaphilippe fez na Etapa 3.

Porém, vale a pena reter, que as últimas duas subidas até Bagneres-De-Bigorre, em 2008 e 2013, foram ganhar por uma fuga ou uma escapada a solo. Portanto, não te surpreendas se os principais favoritos se contentarem em deixar alguns 'malucos do pelotão' terem a sua oportunidade de brilhar antes de etapas bem mais importantes que se avizinham.

Quem são os favoritos?


O mercado deverá ser muito aberto neste dia, com grande flutuação de cotações devido a opiniões distintas à medida que as linhas se forma, portanto é difícil apontar reais favoritos à vitória na etapa, embora Julian Alaphilippe e Thibaut Pinot tendam a partilhá-lo com cotações à volta de 12.0011/1.

O caso a favor de Alaphilippe é óbvio: ele tentou algo similar anteriormente (com sucesso), e parece disposto a atacar sempre que possível, sendo que também parece ter a habilidade necessária para as subidas e descidas do dia. O principal problema para o francês é que toda a gente estará de olho nele, e as grandes equipas da Geral - talvez satisfeitas em lhe conceder alguma liberdade até este ponto - irão agora começar a ficar mais nervosas com a possibilidade dele ser um genuíno candidato à Camisola Amarela no fim da competição.

Quanto a Pinot, ele estará motivado pelo desastre na Etapa 11, e provavelmente por eventuais perdas de tempo no contra-relógio da Etapa 13 que se avizinha, mas se os seus atributos a descer estarão à altura das exigência é algo que ainda está por apurar. É mais provável que ele procure a sua redenção num final em alto.

Que ciclistas podem surpreender?


Tendo em conta a natureza indefinida desta etapa - irá para um fugitivo ou para um homem da geral? - temos uma extensa lista de 'outsiders' que pode chegar às dezenas e ainda assim falhar no vencedor, mas potenciais pretendentes são Michael Woods, Thomas de Gendt, Rui Costa, Tim Wellens, Warren Barguil, e até os colegas de equipa Geraint Thomas e Egan Bernal. A Team Ineos tenderá a correr defensivamente na etapa, mas pode facilmente capitalizar da surpresa e confusão que poderá gerar caso um ou outro decidam atacar rumo à glória em Hourquette d'Ancizan.

Ainda assim, inclino-me mais para Vincenzo Nibali a cerca de 22.0021/1. Ele está agora a mais de 14 minutos do topo da Geral Individual e pode começar a trabalhar no objectivo que apontou antes do Tour que será a Camisola da Montanha e vitórias de etapa. O pelotão não terá problemas em deixá-lo ir.

Que efeito terá a etapa nos mercados de longo prazo?


É improvável que qualquer das etapas dos próximos dias se revele decisiva no apuramento do vencedor final. Mas é mais provável que vejamos alguns pretendentes a dizerem adeus às suas esperanças de vitória. O que se tornará mais claro após esta etapa é se mais alguém - como Nibali - irá ter maiores desígnios de lutar pela Classificação da Montanha.


APOSTA RECOMENDADA:
Vincenzo Nibali para vencer Etapa 13 @ 22.0021/1 no Intercâmbio