Antevisão Mundial 2018: As coisas podem ficar feias para uma Argentina pouco entrosada

Poderá Messi assumir funções de 'Mickey Mouse' na Rússia?

Jack Lang deita o olho à Alviceleste, que parece muito dependente de um homem em particular...

"Pode a Argentina vencer o troféu? Não está propriamente fora do seu alcance. Mas como as coisas estão - e podes marcar esta página agora para quando as coisas acontecerem me poderes confrontar - eles parecem do tipo de poderem facilmente deitar tudo a perder."

É justo dizer-se que a Argentina tem andado ocupada desde o último Campeonato do Mundo. Duas Finais de Copa América, duas derrotas em Finais de Copa América, a retirada do seu melhor jogador, o regresso do seu melhor jogador, uma das menos convincentes campanhas de qualificação que vêm à memória... e tudo isso ainda antes de termos uma mexida errática na equipa técnica. Rumores dizem-nos que um homem está a viver em Rosário sem ainda ter uma pista de qual será o rumo da Alviceleste - um erro que envergonha os oficiais que tentarão corrigi-lo assim que for conveniente.

Sendo isto um artigo sobre a Argentina no Campeonato do Mundo, estamos praticamente obrigados a fazer a seguinte questão: Pode Lionel Messi ser realmente considerado o melhor jogador de todos os tempos sem vencer o maior dos torneios de futebol? A resposta até é simples, sim.

Tudo certo? Óptimo. Agora que já afastámos esse problema, podemos voltar-nos para o talvez mais sério problema, rindo-nos da defesa da Argentina.


Não olhes para trás


Na verdade, a Alviceleste até manteve as coisas ajustadas na qualificação - só o Brasil concedeu menos na CONMEBOL - mas os amigáveis recentes ligaram os alarmes. A Nigéria marcou-lhes quatro no final do ano passado, mas esse foi apenas um jogo de aquecimento para o embate com a Espanha em Março, que trouxe seis razões para se estar céptico sobre as suas hipóteses este verão.

Nicolás Otamendi e Federico Fazio são jogadores decentes no contexto certo (não riam, adeptos do Tottenham). Mas este não é o contexto ideal: Javier Mascherano não fornece a cobertura de outros tempos, não há um defesa-esquerdo de classe mundial, e a falta de velocidade em termos gerais que tanto agrada a Jorge Sampaoli - aperfeiçoada com pressão alta, numa equipa do Chile de alto risco - não será certamente a melhor abordagem.

Para tornar as coisas piores, uma lesão do suplente do Manchester United, Sergio Romero, significa que Sampaoli terá de escolher uma nova primeira escolha para a baliza em cima do início do torneio. Willy Caballero, Franco Armani e Nahuel Guzmán não são propriamente novatos, mas eles só somam oito internacionalizações combinadas e precisamente zero de experiência em Mundiais.


Messi e o sector avançado


As opções são bem mais diversas na outra metade do terreno, tendo em conta que estrelas como Mauro Icardi, Diego Perotti, Javier Pastore, Ángel Correa e o jovem em ascensão Lautaro Martínez nem sequer foram convocados. Ao invés serão os suspeitos do costume - Messi, Gonzalo Higuaín, Angel Di Maria, Sergio Aguero - mas o extremo 'wildcard' Cristian Pavón e Paulo Dybala, cujo forte final de temporada veio mesmo a tempo.

Dybala ainda procura o primeiro golo pelo seu país e causou alguma polémica quando confessou ser difícil jogar juntamente com Messi. Mas essa foi uma afirmação extremamente honesta e apontou para o principal problema desta equipa: a estrutura - ou falta dela - à volta do seu talismã. A Argentina não é apenas altamente dependente de Messi; eles também sofrem para criar as condições ideais para ele brilhar.

Sampaoli estará consciente disso, e até anunciou que preferia trocar jogos de preparação por tempo no centro de treinos, com os primeiros meses da sua liderança a serem dedicados mais a lutar por conseguir esse plano a longo termo. Mas esse plano poderá cair por terra se Messi continuar a gastar muitas das suas energias recuando no terreno em busca da bola.


Grupo D repleto de armadilhas


Portanto, as coisas não parecem assim tão famosas para a Argentina, e se algum treinador neste Campeonato do Mundo for despender tempo a rezar pelos avanços da tecnologia de clones, certamente que será Sampaoli. Ainda assim, o técnico de 58 anos tem o melhor dos cromos da colecção, e apesar de todo o ruído de fundo, Messi é mais do que capaz de vencer jogos sozinho - olha para o 4-0 ao Haiti na noite de terça-feira...

Este será o seu quarto Campeonato do Mundo, e embora tenha todas as hipóteses de marcar presença em 2022, estar nas partidas não é o mesmo que joga-las, portanto este pode ser o seu momento-chave. Isto só irá reforçar o seu sentido de responsabilidade, e 2014 foi uma prova sólida de que Messi prefere ter jogadores de equipa com espírito voluntarioso do que outros de alto gabarito.

No entanto, o seu grupo é mais difícil do que há quatro anos atrás: A Nigéria não correrá assustada após o embate de Novembro, a Croácia é uma boa equipa em dia sim, e a Islândia pode ser um osso duro de roer. Todos terão observado as suas exibições constipadas na qualificação e todos estarão alerta para que a sua ameaça se remeta a somente 1/11 do seu onze inicial.

Pode a Argentina vencer o troféu? Não está propriamente fora do seu alcance. Mas como as coisas estão - e podes marcar esta página agora para quando as coisas acontecerem me poderes confrontar - eles parecem do tipo de poderem facilmente deitar tudo a perder.


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