Antevisão Mundial 2018: Brasil parece ser forte candidato - esqueçam 2014...

No nosso primeiro guia de equipa das principais candidatas na Rússia, Jack Lang olha para as forças e fraquezas da Seleção e selecciona as suas melhores apostas pré-torneio...
"A principal questão em relação ao Brasil é a capacidade psicológica de aguentar a pressão do torneio. O Mundial de 2014 ia sempre ser difícil, mas a forma como o transformaram num drama psicológico – Thiago Silva a chorar e a recusar marcar penaltis, e o pseudo-funeral a Neymar – não os ajudou."
Quatro anos após a histórica e angustiante experiência da edição de 2014, o Brasil regressa ao seu torneio preferido. A Selecção olha para o Mundial 2018 com o tipo de dedicação normalmente reservada a Ronaldinho no Carnaval.
É excusado dizer que o Brasil é um favorito pré-torneio. Podíamos vestir onze desconhecidos com camisolas amarelas da Selecção e as pessoas na rua iam pensar, "Vai ser difícil vencê-los". É o peso da história.
Mas este ano têm bastantes razões para estar optimistas.
Um homem com um grande plano
O principal responsável desta situação é Tite, que tem um record invejável. Está há dois anos no cargo e tem um nome destinado a ser pronunciado incorrectamente por 90% dos comentadores anglófonos este Verão.
Ponderado, comedido e cooperante, o antigo treinador do Coríntians fez maravilhas depois de ter tomado o lugar de Dunga: a Selecção passou do marasmo - estava em sexto na qualificação quando ele tomou as rédeas - ao sétimo céu, e conseguiu um lugar no torneio russo, com uma óptima sequência de vitórias.
Influenciada por Pep Guardiola, as tácticas de Tite são positivas e adaptadas aos seus jogadores: Neymar está na sua posição natural, Marcelo tem autorização para se juntar ao ataque, Casemiro patrulha o meio-campo e Paulinho - a versão vintage do Barça, não a dos Spurs - imita muito bem Frank Lampard, entrando na área como o elemento surpresa.
O crescimento do espírito de equipa tem sido igualmente importante, Tite decidiu rodar a posição de capitão, todos os jogadores se sentem valorizados. Vão estar todos a puxar para o mesmo lado, não há lugar para egos na equipa.
Enquanto há vida, há Ney
Bem, talvez um ego, mas as tendências mais teatrais de Neymar têm estado sob controlo. Pode ser o primeiro entre iguais, mas Tite adoptou uma postura paternal na relação com o seu jogador estrela, despenteia-lhe o cabelo e fala-lhe sobre responsabilidade.
Naturalmente, o avançado tem muita responsabilidade aos ombros: continua a ser o melhor jogador da Selecção e seria um grande golpe para Tite - e para a indústria publicitária brasileira - se ele chegasse à Rússia abaixo da sua melhor forma. Ao contrário de 2014, há vários jogadores que o podem ajudar a carregar o fardo criativo.
Um ataque com argumentos
Há Philippe Coutinho, completamente estabelecido a este nível, depois dum longo e estranho período de adaptação, e capaz de desfazer as melhores defesas num dia bom. Paulinho marca golos, e Tite tem Willian, Douglas Costa e Roberto Firmino, o melhor quarteto de atacantes suplentes do torneio.
Há também Gabriel Jesus, o principal menino da mamã do futebol, extremamente rápido no último terço. Foi um risco apostar no adolescente no XI inicial, mas valeu a pena: depois dum triste percurso com Luís Fabiano, Alexandro Pato, Fred e outros menos ilustres, a camisola 9 encontrou finalmente um bom jogador.
O jovem de 21 anos tem 9 golos em 14 jogos como titular da selecção sénior e pode ser uma boa escolha para melhor marcador a 19.0018/1 este Verão.
Espaços a explorar
A defesa também tem sido sólida sob o comando de Tite. Marquinhos cresceu no centro da defesa e Alisson conseguiu o lugar de guarda-redes principal com uma série de óptimos desempenhos durante a qualificação. O Brasil não sofreu golos em 14 de 19 jogos, e é muito possível que chegue às eliminatórias sem grandes sustos.
Apesar deste registo, ainda existe uma ligeira sensação de que esta equipa pode ser vencida por equipas pouco mais fortes. Os defesas deixam espaços comicamente enormes atrás deles, e apesar da lesão de Dani Alves poder levar a um reforço no lado direito (Danilo é o titular mais provável), os passeios de Marcelo ao longo do flanco esquerdo são um pouco arriscados.
Redenção ou repetição?
A principal questão em relação ao Brasil é a capacidade psicológica de aguentar a pressão do torneio. O Mundial de 2014 ia sempre ser difícil, mas a forma como o transformaram num drama psicológico - Thiago Silva a chorar e a recusar marcar penaltis, David Luiz a fazer um pseudo-funeral a Neymar - não os ajudou.
Esta equipa parece mais calma, e com tanto talento atacante suficiente ao seu dispor, Tite tem todas as razões para acreditar que consegue avançar no torneio. Só não lhes falem na Alemanha.
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